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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Os jovens e o sonho do mundo

Publicdo no Jornal Opinião do Entorno / Cid Lima Junior/ mês de julho 2013
Por: GINA LIMA
erginaslima@hotmail.com
erginaslima@gmail.com

Orientadora Educacional - CED 416  
Professora CEF  316 / Santa Maria/DF
                A história da juventude brasileira é marcada por uma trajetória política de participação e muita contestação. Quando indignados os jovens se posicionam e constroem uma nova sociedade.    Aproveito o momento de insatisfação nacional coletiva contra a classe política,  para recontar os fatos históricos da participação da juventude nos movimentos musicais e político-social.                 .              
              Os jovens participam das lutas desde 1710 quando mais de mil soldados franceses invadiram o Rio de Janeiro, uma multidão de jovens estudantes de conventos e colégios religiosos enfrentou os invasores, vencendo-os e expulsando-os. Desde então nossa juventude é engajada em todos os movimentos que buscam um país melhor. Em 1786 fundaram um clube secreto no exterior pela Independência do Brasil. Em 1897 estudantes da Faculdade de Direito da Bahia denunciaram as atrocidades ocorridas em Canudos (BA). Em 1932, estudantes de São Paulo participaram da Revolução Constitucionalista. Em 1952 nossa juventude gritou “ O Petróleo é Nosso”   
      

           A irreverência dos jovens é nítida no meio artístico. Em 1955 estreia o filme “Juventude Transviada” com James Dean, que se torna o símbolo de rebeldia dos anos 50. Elvis Presley sacudiu os quadris e a juventude ao som do Rock Roll. No Brasil, os jovens viviam a sobriedade dos “Anos Dourados”.                                                   Em 1965, o jovem Roberto Carlos e seus amigos lançaram o Programa Jovem Guarda que agitava as tardes de domingo e falavam de amor. Surge nesse momento o  Movimento Tropicália, liderado por Caetano Veloso,  Chico Buarque, Geraldo Vandré entre outros.  Esses jovens rebeldes protestavam contra o racismo, o preconceito, a discriminação, a repressão cultural e sexual.    Nessa década Raul Seixas, provocou o Brasil com seu rock irreverente propôs uma “sociedade alternativa”. Os Beatles influenciaram toda uma juventude com seu modismo. Surge o movimento Hippie, a chamada “Contra Cultura, os hippies  falavam de paz,  amor e liberdade.                                                                                                                          Em 1967, os jovens ansiosos queriam virar o mundo pelo avesso.  Surgem as passeatas e elas são duramente reprimidas na base de cassetetes, bomba de gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e mesmo tanques (igual 2013!!).   A UNE – União Nacional dos Estudantes protestavam cantando a música de Geraldo Vandré “Pra não dizer que não falei das flores”, que  imortalizou as lutas sindicais.   

 1968: o ano que não terminou

Marcha dos 100 mil no Rio de Janeiro
                    No ano 1968, prisões e arbitrariedade eram as marcas da ação do governo em relação aos protestos dos estudantes, e essa repressão culminou com a morte do estudante Edson Lima Souto, 17 anos, pela Polícia Militar do Rio de Janeiro.  Esse ato e a insatisfação popular levaram 100 mil pessoas às ruas do Rio para um grande protesto contra a Ditadura Militar.
                      Em 1968, o governo baixa o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que dava todo o poder para os militares se “livrarem” daqueles que contestavam a política governamental.  Os “Fardas Verdes” puniam, expulsavam e matavam estudantes, intelectuais, músicos, educadores, idealistas , chamados de “subversivos”. Foram mais de trezentos mortos e 10 mil expulsos do Brasil na Ditadura Militar. Em 1970, Dilma Rousseff (atual presidenta do Brasil), era uma jovem de 22 anos, que foi torturada por 22 dias, com palmatória, socos, choques elétricos... A repressão matou grandes líderes entre eles o expressivo guerrilheiro Carlos Marighela, em 1969, e Carlos Lamarca, o grande capitão guerrilheiro, em 1971. Em 1975, queimaram vinte combatentes no Araguaia, Norte de Goiás. 
                  Enquanto isso, o Brasil conquista o tricampeonato Mundial de Futebol (1970) e a Nação brasileira esquecem os  dissabores e cantam a música de Dom e Ravel que foi imposta  pelo governo “Eu te amo meu Brasil”. Mas, Chico Buarque dá o troco com Apesar de Você retratando a falta de liberdade imposta pela ditadura.  
                  A Ditadura Militar durou de 1964 a 1985. Nesse período o Brasil o Brasil foi governado por vários generais. Após forte crise no Brasil, em 1961 Juscelino Kubitschek entregou a Presidência  a Jânio Quadros. Jango, assim era chamado, era simpatizante das manifestações sociais. Em Julho de 1962, os trabalhadores conquistaram o 13º salário através de uma greve geral convocada pelo CGG (Comando Geral de Greve). Jango num grandioso comício de mais de 300 mil pessoas no Rio de Janeiro anunciou que livraria o país do caos em que estava vivendo.   Alguns dias após esse comício, em março de 1964, a classe média, com medo da “ameaça vermelha” organizou  a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, contra Jango e os “comunistas”. No dia 31 de março de 1964, os militares se reuniram e tomaram o poder, com apoio dos Estados Unidos. Em 02 de abril, o clero e as entidades femininas organizaram a Marcha da Vitória com um milhão de pessoas na rua contra o povo oprimido. Surge daí os anos mais tristes da História do Brasil.
                   O Congresso Nacional elegeu presidente do Brasil o General Castello Branco (1964/1967). Em seu governo, estabeleceu eleições indiretas para presidente e dissolução dos partidos políticos. Foram cassados vários parlamentares, cidadãos tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados e os sindicatos receberam intervenção do governo militar. Foi instituído o bipartidarismo: o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). O primeiro era de oposição aos militares. 
           Entre os 1967/1969, o general Arthur da Costa e Silva, foi eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. Seu governo foi marcado por protestos e manifestações sociais.  A guerrilha urbana começa a se organizar. Uma junta militar assumiu o Brasil. Em 1969, a Junta Militar escolhe Médici como o novo presidente. Seu governo é considerado o mais repressivo do período, conhecido como "anos de chumbo". Era a época da censura, da tortura e do exílio. De 1969 a 1973 o Brasil viveu o “Milagre Econômico”, houve muitos empréstimos e até hoje pagamos essa alta conta. Entre 1974/1979 o general Ernesto Geisel começou um lento processo de transição rumo à democracia. O povo estava insatisfeito. Geisel anuncia a abertura política. A oposição política começa a ganhar espaço. Nas eleições de 1974, o MDB  saiu vitorioso. Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-corpus e abre caminho para a volta da democracia no Brasil.   
                De 1979 a 1985 o General João Baptista Figueiredo, como presidente, decreta a Lei da Anistia, dando direito aos cassados, de voltar ao país.  É aprovada a lei do pluralismo partidário. A ARENA passa a ser PDS, o MDB, passa a ser PMDB. São criados o Partido dos Trabalhadores e o Partido Democrático Trabalhista ( PDT ).
            Em 1984, os jovens,  políticos, artistas, professores e milhões  de brasileiros participam do movimento das Diretas Já. Tancredo Neves ganha as eleições através do Colégio Eleitoral, porém não assumiu, adoeceu e veio a falecer, quem assumiu foi seu vice José Sarney. Era o fim do regime Militar. Em 1988 é aprovada uma nova Constituição,  com ela veio a democracia. Em 1990, Fernando Collor de Melo assumiu a presidência do Brasil e num ato irresponsável, impediu a população de fazer saques em suas contas particulares e nas poupanças nos bancos. A população revoltada  pintou a cara de verde e amarelo, foi à rua e pediu  Impeachment por corrupção. De 1992 a 1995 Itamar Franco assumiu a presidência, após a renúncia do Collor.  De 1995 a 2002  Fernando Henrique Cardoso esteve no comando da Nação.
               Em 2003 os jovens voltaram à rua e gritaram LULA LÁ. E um homem do povo assume o poder.  Surge um Brasil de esperança. Em 2010, o presidente LULA demonstrando seu peso popular, fez com que uma mulher, Dilma Rousseff,  guerrilheira  e então economista assumisse a presidência do Brasil. Passamos a ser chamados de cidadãos e cidadãs e perdemos o medo de ser feliz.                                                       

                      Em 2013, jovens estudantes indignados com a classe política,  cansados de tanta corrupção, com os altos preços das passagens, com o desmazelo com o bem público, se manifestaram em São Paulo e dali expandiu para a rede social FACEBOOK e numa chamada geral vários grupos, deram seu grito de alerta:                                                                                                                                                    #VemPráRua que a rua é a maior arquibancada do Brasil!!! 
                                              

O povo foi à rua, protestaram, colocaram máscara,  quebraram, mostraram sua força. Os políticos entenderam o recado, o jovem sonhou o mundo, mas, o Brasil foi campeão da Copa das Confederações (OBA!) e o povo feliz cantou: 
“Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. 
                  
E o Gigante se calou!!!

*** Muitos acontecimentos  após o gigante se calar o que  gera outra leitura...



Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo
.

(Tabacaria – Fernando Pessoa)

E O POVO FOI À RUA...



  Manifestações em todo o Brasil para por fim a corrupção e o descso com o bem público
Pela valorização dos professores

E a galera subiu a rampa no Distrito Federal

terça-feira, 9 de julho de 2013